quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O JORNALISTA-ESCRITOR


Caio (breve biografia)



O “escritor da paixão”, assim definiu a escritora paulista Lygia Fagundes Telles. Caio desejava ser adorado pelas coisas que escrevia. Sob o signo de Virgem e a influência de Mercúrio, no final do inverno de 1948, na manhã de 12 de setembro, em Santiago, próximo à Argentina, nasceu Caio Fernando Loureiro de Abreu, um homem de alma sensível, bem humorado, e sempre alegre na companhia dos amigos.
O instante e as fronteiras definiram a tímida arrogância de quem possui os segredos da emoção e a certeza de que o inconsciente é Deus. Caio discutiu em sua escrita as controvérsias da crítica, da censura e dos homens, numa atmosfera de textos costurados com delírio, dor, amor e percepção cotidiana.  O escritor gaúcho - que também foi jornalista e dramaturgo - é tido como referência no cenário literário brasileiro e integra o conjunto de escritores que tem em sua produção a chamada ficção urbana, de vertente intimista.
Foi com apenas 19 anos de idade que ele escreveu seu primeiro livro Limite Branco, recém-ingresso no curso de Letras da UFRGS. Um garoto que já sabia manter o pulso da frase e do andamento narrativo.
Como jornalista, atuou em diversos meios de comunicação, trabalhando como editor, colunista e colaborador em jornais como Zero Hora, Folha da Manhã, O Estado de São Paulo. No entanto, Caio Fernando Abreu, que era um homem cosmopolita - apesar de ter nascido na região de fronteira do Rio Grande do Sul - também era um estranho-estrangeiro, sempre em viagens por São Paulo e pela Europa. O fato é que o trânsito de locais trouxe aos textos de Caio a percepção de que os acontecimentos registrados podem se passar em qualquer parte do mundo. E mesmo quando se encontrava distante, morando em outros países, seus olhos atentos e amorosos (e sempre críticos) nunca perderam de vista o Brasil e seu lugar de origem.

Coolaboração: Afani Baruffi

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