Caio (breve biografia)
O “escritor da paixão”, assim
definiu a escritora paulista Lygia Fagundes Telles. Caio desejava ser adorado
pelas coisas que escrevia. Sob o signo de Virgem e a influência de Mercúrio, no
final do inverno de 1948, na manhã de 12 de setembro, em Santiago, próximo à
Argentina, nasceu Caio Fernando Loureiro de Abreu, um homem de alma sensível, bem
humorado, e sempre alegre na companhia dos amigos.
O instante e as
fronteiras definiram a tímida arrogância de quem possui os segredos da emoção e
a certeza de que o inconsciente é Deus. Caio discutiu em sua escrita as
controvérsias da crítica, da censura e dos homens, numa atmosfera de textos
costurados com delírio, dor, amor e percepção cotidiana. O escritor gaúcho - que também foi jornalista e
dramaturgo - é tido como referência no cenário literário brasileiro e integra o
conjunto de escritores que tem em sua produção a chamada ficção urbana, de
vertente intimista.
Foi com apenas 19 anos de
idade que ele escreveu seu primeiro livro Limite
Branco, recém-ingresso no curso de Letras da UFRGS. Um garoto que já sabia
manter o pulso da frase e do andamento narrativo.
Como jornalista, atuou em
diversos meios de comunicação, trabalhando como editor, colunista e colaborador
em jornais como Zero Hora, Folha da
Manhã, O Estado de São Paulo. No entanto, Caio Fernando Abreu, que era um
homem cosmopolita - apesar de ter nascido na região de fronteira do Rio Grande
do Sul - também era um estranho-estrangeiro, sempre em viagens por São Paulo e
pela Europa. O fato é que o trânsito de locais trouxe aos textos de Caio a percepção
de que os acontecimentos registrados podem se passar em qualquer parte do
mundo. E mesmo quando se encontrava distante, morando em outros países, seus
olhos atentos e amorosos (e sempre críticos) nunca perderam de vista o Brasil e
seu lugar de origem.
Coolaboração: Afani Baruffi
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